domingo, 6 de outubro de 2024

Simpósio Ensino, aprendizagem e avaliação nas Universidades Portuguesas, 24 de outubro de 2024,16:00, no Auditório Abreu Faro, Instituto Superior Técnico, Campus Alameda

 


Inscrições por email para geral.lista.p@gmail.com

O simpósio Ensino, aprendizagem e avaliação nas Universidades Portuguesas trará uma discussão aberta de temas de pedagogia no Ensino Superior. 

Serão abordados, entre outros, desafios e problemas (e soluções) associados à inovação na monitorização da aprendizagem, aos espaços físicos do ensino e da aprendizagem, ao nexo ensino-investigação, ao futuro da docência, ou ao papel da avaliação.

As intervenções convidadas estarão a cargo de:

- Domingos Fernandes, Presidente do Conselho Nacional de Educação

- Mariana Gaio Alves, Coordenadora da área de Currículo, Formação de Professores e Tecnologia no IEUlisboa

- Carlos Santos Silva, Vice-presidente do Conselho Pedagógico do Instituto Superior Técnico

- Diogo Cordeiro, Corpo de Delegados do Mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico

Programa detalhado

15:45-16:00 Recepção dos participantes

16:00-17:30 Intervenções convidadas

17:40-18:20 Intervenções de membros da audiência

18:20-19:00 Discussão aberta


O simpósio Ensino, aprendizagem e avaliação nas Universidades Portuguesas é uma organização do Movimento U da Universidade de Lisboa (https://www.facebook.com/groups/443722610019395/)  e da Lista P para os órgãos do Instituto Superior Técnico



quarta-feira, 7 de junho de 2023

O MEPP e a desumanização do Técnico

Sou professor noTécnico há 34 anos e como tal não posso ficar indiferente ao que se passa na minha Escola. Nunca ao longo de todo este período vi os meus colegas e os meus alunos tão desanimados e descontentes. Embora eu próprio não seja normalmente dado à depressão, o meu estado de espírito não pode deixar de reflectir este ambiente depressivo.

Agora que a pandemia já acabou, somos defrontados com outro mal: um conjunto de medidas, que dá pelo nome de MEPP, que nos foi imposto como algo inevitável, ao qual todos temos que nos submeter "porque não há outro remédio".

Segundo o meu testemunho, enquanto docente desta Escola, é verdade que antes da introdução do MEPP as coisas já não andavam muito bem: insuficiência de espaços e docentes para tantos alunos, altas taxas de reprovação, e outros problemas que não vou aqui enumerar, para não me alongar demasiado.

Prometeram-nos que o MEPP seria como que uma panaceia que iria resolver tudo. Pessoalmente, nunca acreditei nisso, mas compreendo que muitos colegas tenham tido essa esperança.

Afinal, o que se viu?

A grande mudança que se verificou no sistema de ensino foi que este praticamente deixou de se preocupar com a aprendizagem dos alunos para se focar apenas na avaliação.  Isto acontece por várias razões. Em primeiro lugar, a introdução dos períodos de ensino de 7 semanas (prática que já se tentou introduzir noutras partes do mundo e que foi, em muitos casos, rejeitada) . Não é preciso ser muito entendido em pedagogia para se perceber que não é a mesma coisa ensinar aos alunos, ao longo de 14 semanas, um certo conjunto de conceitos (dando-lhes tempo para os assimilarem e os aplicarem na prática) ou debitar-lhes esse mesmo programa em velocidade dupla, despachando-o em 7 semanas. É como ver um filme de 2 horas em metade do tempo (tecnicamente é possível, mas ninguém vai perceber nada). Mas esta não foi a única alteração. Disfarçada de 'avaliação contínua' , generalizou-se a prática de multiplicar os momentos de avaliação das disciplinas, de tal modo que  actualmente os alunos têm, em média, que enfrentar 2-3 avaliações por semana. Sejamos realistas: nas cadeiras do 1º ciclo do IST, com rácios de cerca de 100 alunos por docente, é impossível fazer avaliação contínua. Para haver tal tipo de avaliação, é necessário uma nteracção próxma com os alunos, coisa que só acontece nalgumas cadeira de mestrado, em que não há mais de 20 alunos por docente. O resultado do MEPP  foi que a avaliação por exames ou testes (em massa, impessoal) , que era realizada  apenas durante certas épocas, passasse a ser realizada todas as semanas. Não interessa que lhe chamem MAPs  ou outra coisa qualquer,  a verdade é que não se trata de avaliação contínua, mas apenas de multiplicação de datas de avaliação. E mesmo que, no final, isso possa resultar em taxas de aprovação aceitáveis, tais taxas só são obtidas à custa de uma degradação inaceitável da qualidade do ensino.

  A reacção dos alunos do IST a este 'novo paradigma' não se fez esperar: deixaram de ir às aulas em que não há avaliação. Por exemplo, neste semestre, de uma aula que eu dou e que deveria ter cerca de 100 alunos (se viessem todos os inscritos),  vêm em média 10.  Quando tenho oportunidade de perguntar aos alunos porque não vêm ás aulas, a resposta maisfrequente é: com tantas avaliações, não há tempo para ir às aulas. Ficam em casa a preparar o próximo teste ou relatório.

Ou seja, em vez de aprenderem, os alunos limitam-se a treinar-se para responder a certas perguntas-tipo ou ir à Internet buscar texto para encher os relatórios dos trabalhos.  Isto na melhor das hipóteses, porque também já são frequentes os casos de simples recurso à fraude.

Pergunto-me assim se será aceitável que nós, docentes do IST, nos deixemos reduzir à condição de robots a programar outros robots.

Urge fazer algo para for fim à desumanização do Técnico.

Lisboa, 6 de Junho de 2023

Pedro Miguel Lima

quinta-feira, 30 de março de 2023

Debate/Sessão de Reflexão - O Regime Fundacional e a Universidade Pública

Passados 15 anos sobre o início das primeiras experiências de Universidades em regime fundacional, e no contexto da revisão do RJIES, é oportuno refletir sobre essas experiências e avaliar os impactes sobre a Universidade pública. A sessão contará com intervenções de professores, investigadores, funcionários e alunos universitários, seguidas de debate alargado ao público. As intervenções estarão a cargo de:

António Sampaio da Nóvoa (professor, IE, Universidade de Lisboa)

Joaquim Ribeiro (funcionário, IST, Universidade de Lisboa)

José Neves (professor, FCSH, Universidade Nova de Lisboa)

Pedro Fialho (aluno, IST, Universidade de Lisboa)

Vítor Maló Machado (professor, IST, Universidade de Lisboa)

Moderador: Rui Ferreira, IST



20 de abril de 2023, 17h00

Auditório Abreu Faro, Instituto Superior Técnico, Campus Alameda, Universidade de Lisboa



(Organizado pela Lista P de docentes e investigadores do IST e Movimento U da Universidade de Lisboa)


 


terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

 Um novo recomeço

Após alguns meses de interregno, a Lista P volta ao contacto com a Escola, abrindo este espaço de informação sobre a escola, as posições e atividades promovidas pelos eleitos pela lista P aos órgãos da Escola e de discussão sobre os caminhos a tomar para promover um ensino de qualidade, ao serviço da formação das novas gerações mas também de uma investigação ao serviço do país e defendendo as condições e estabilidade de trabalho.

Esperamos contar com a vossa participação nesta discussão, essencial para a definição das soluções necessárias.

A lista P

 Tomada de Posse para o Conselho de Escola

Foi com grande tristeza que hoje tomei posse na Reitoria da UL como membro efetivo do Conselho de Escola do IST. Esta tomada de posse foi devida à morte prematura do Carlos Alves. O Carlos Alves tinha qualidades que admirava desde que o conheci. O contacto que tive com ele foi limitado e foi no âmbito da participação cívica e política nomeadamente no que dizia respeito à nossa vida académica. Dessas qualidades gostaria de destacar a sua honestidade intelectual, o seu aguçado espírito crítico, a sua persistência e disponibilidade e o seu espírito metódico e sentido organizativo.

Três aspetos destacaria da sua luta em relação à Universidade: a liberdade de pensamento e de ação, o funcionamento democrático das instituições e a participação sem exclusões de toda a comunidade universitária na vida académica.

Embora com características distintas do Carlos Alves, procurarei prosseguir o caminho que começámos a trilhar em comum em particular no que concerne à participação no Conselho de Escola do IST como resultado da participação da Lista P no último processo eleitoral para os órgãos do IST. Penso que devemos ao Carlos Alves dar continuidade a este caminho que também é o nosso.

Vítor Maló Machado

IST, 7 de Julho de 2021

Simpósio Ensino, aprendizagem e avaliação nas Universidades Portuguesas, 24 de outubro de 2024,16:00, no Auditório Abreu Faro, Instituto Superior Técnico, Campus Alameda

  Inscrições por email para geral.lista.p@gmail.com O simpósio Ensino, aprendizagem e avaliação nas Universidades Portuguesas trará uma disc...